Mais uma vez visitámos Viana do Castelo e os seus arredores. Como não podia deixar de ser fomos ver dois dos moinhos de vento do Carreço – Montedor - e dois dos de água da Montaria. No primeiro caso faltou-nos ver um terceiro moinho mas os seus proprietários tinham viajado e no segundo caso havia mais mas o tempo era pouco.
Viana é sempre bonita e os seus doces sempre apreciados. Não resistimos a passear por ela e a visitar uma das suas mais emblemáticas pastelarias onde, como é natural, nos deliciámos.
No Carreço existe um moinho que é único em Portugal pois possui velas que, em vez de serem em tecido, são em madeira pois como dizia o sr.Armindo ‘era mais fácil encontrar velas feitas de pranchas de madeira do que feitas de pano’.
Na Montaria vimos por fora dois moinhos de água que, como é hábito nas serranias, são muito mais pequenos que os de vento – se bem que estes não sejam tão grandes como os dos sul. Como curiosidade podemos apontar que um deles tinha uma porta de vidro que permitia ver o seu interior sem ser necessário entrar.
Fomos há dias ao Jardim Zoológico para obter imagens para nosso deleite e que nos ajudassem também na nossa vida profissional, pois quem desenha profissionalmente por vezes necessita de modelos de animais que, na imprensa, se tornam difíceis de obter. Foi uma agradável surpresa: há alguns anos, não muitos, visitámo-lo e achámo-lo muito bonito, mas desta vez ainda estava melhor. Também tivemos oportunidade de falar com duas pessoas que trabalhavam com os rinocerontes e com os saguins e que deram excelentes informações sobre esses animais. Se todos os colaboradores do Zoo forem assim, um dia de visita não chega para aproveitar toda a informação disponível, quer seja oral, quer seja visual.
É certo que havia muitas obras em curso mas isso, como se sabe, significa renovação. É pena que alguns animais tenham de viver dentro de jaulas ou de gaiolas – e não vamos aqui discutir os direitos dos animais – compreendêmo-lo e não encontramos outra solução; mas quem, como nós, gosta de tirar uns ‘bonecos’ de tão belos modelos fica com alguma pena de nem sempre as condições serem as melhores. Mas não é isto que nos impede de ter achado a visita altamente compensadora e agradável. Aqui ficam algumas imagens que ilustram estas palavras, esperando que hajam muito e muitos visitantes porque o trabalho que está a ser feito é verdadeiramente útil.
Na semana passada fomos até junto de um moinho de vento - o moinho do Sicó - que recentemente foi restaurado de uma forma perfeita: tanto nos materiais usados como no trabalho executado. Embora ainda estivesse em boas condições de funcionamento os seus donos – pai e filho – acharam que aquele monumento merecia uma reparação completamente dentro dos parâmetros molinológicos; e assim pensando, e sem a ajuda de ninguém, contrataram o único verdadeiro profissional da região Oeste ainda em actividade e que, apesar dos seus 70 anos, acedeu fazê-lo. Sabiam que ele – era isso que queriam – era um PROFISSIONAL da arte de construir moinhos, um verdadeiro 'engenheiro de moinhos - e que iria usar materiais como sempre os moinhos da região Oeste usaram. E tantos que ele construiu e reparou do norte ao sul de Portugal, tendo até sido convidado para trabalhar fora deste país, no Japão inclusive. Este moinho que se encontra no lugar da Caneira, freguesia de Azueira, concelho de Mafra, merece ser visitado pelo que de genuíno possui, isto é, por tudo o que possui. Ainda hoje o vimos funcionando, com as suas velas brancas girando ao sabor de um vento de feição, deixando-nos uma mensagem de cultura e tradição.
Na passada Sexta-feira tivemos a dita de ver um grupo português chamado TUCANAS que cantam, dançam mas, sobretudo, percutem. É um grupo de 5 jovens mulheres que fazem aquilo tudo mas que se destacam pela percussão que é, no mínimo, espectacular. Um dos seus instrumentos é um acordeão que produz sons musicais que nos envolvem e deliciam. O recinto onde as vimos e ouvimos – o auditório da FNAC no CCColombo em Lisboa – não tem condições para nos transmitir tudo o que de belo nos foi oferecido. Muito há para trabalhar mas, pelo que nos foi oferecido, muito têm para oferecer. Como não levávamos máquina fotográfica retirámos uma pequena imagem do seu site, o que desde já lhes agradecemos. E, como consequência do seu espectáculo, comprámos o seu CD – ‘Maria Café - que, com muita pena nossa, ainda não ouvimos. Gostámos muito e fazemos votos que continuem, crescendo artísticamente porque merecem existir e nós devemos ouvi-las.
Há alguns anos que não íamos à Torreira ou aos seus arredores: a última vez, recordamo-nos, foi a um casamento de um familiar. Mas esse dia não contou porque as nossas preocupações, como seria de esperar, eram outras que não as de passear ou apreciar os sabores locais. Foi o que fizemos desta vez: fomo-nos encher das cores dos barcos típicos daquela região – do lado da ria - e aproveitámos para almoçar num restaurante – do lado do mar - cuja oferta gastronómica é muito boa e nos deixou cativados: fora aconselhado por um amigo que, disse, muitas vezes ali se deslocava de ílhavo. Bem haja e obrigado. Aqui ficam apenas alguns exemplos das cores que pudemos ver na sua pequena marina, já que para descrever os seus sabores - que estão nas nossas memórias – não nos chega o engenho que temos.