terça-feira, 27 de maio de 2008

Lisboa - Maio/08

Na passada semana resolvemos fazer um pequeno passeio matinal por Lisboa que nos levou desde o alto do Parque Eduardo VII, passando pelo Chiado, indo até ao Cais do Sodré, chegando mesmo a Santos, voltando pelo Terreiro do Paço para o Rossio. Nesta volta tivemos muitas oportunidades de ver coisas: umas mais bonitas do que outras, mas em geral interessantes. Três delas nos chamaram a atenção: uma exposição de esculturas de Baltazar Lobo, o jardim de S.Pedro de Alcântara e um trabalho colectivo de escolas de todo o país chamando a atenção das pessoas para o problema dos fogos florestais.
A exposição de Baltazar Lobo é interessante, tem bons trabalhos, mas perde um pouco por estar junto de trabalhos do Botero que, embora também sejam belas esculturas de senhoras bastante avantajadas, são de estilo diferente.
Os trabalhos de reparação do jardim de S.Pedro de Alcântara já estão acabados e permitem que um belo recanto de Lisboa esteja disponível para ser desfrutado: não apenas a sua vista – o que já é muito – mas também o próprio jardim em si mesmo: as flores, a sombra, o repouso.
No Terreiro do Paço havia uma mancha de cor alertando para a mancha de morte que tantas vezes se podem ver pelo nosso país como consequência dos fogos florestais. Foi uma belíssima ideia a destas escolas. E foi um belo passeio.

Alcabideche - Moinho Americano

Alcabideche. Há dias atrás tivemos conhecimento da existência de um moinho de vento americano em Alcabideche que fora recentemente recuperado. ‘Moinho americano’ significa que é um ‘moinho de vento de armação metálica’, isto é, o seu engenho motor, em vez de ser o tradicional em madeira, é todo em metal. Ao contrário dos moinhos do mesmo tipo existentes na região do Bombarral e do Cadaval , que são muito grandes, este é pequeno, não deixando, contudo de ter exactamente as mesmas características. Encontra-se na Praceta do Moinho, junto às instalações da Junta de Freguesia e possui, como complemento da sua missão, um Centro de Interpretação onde se encontram alguns apetrechos usados na picagem e, sobretudo, onde se prepara e faz o pão que os miúdos das escolas tanto apreciam aquando das suas inúmeras visitas de estudo que começam com uma volta pelo moinho onde se pode assistir à moagem que foi previamente explicada; depois, a farinha obtida é levada para o C.I. onde é peneirada e preparada para ser amassada. Aguarda-se que fermente, tempo que é usado para outras actividades relacionadas com o moinho e com o pão, e fazem-se os pãezinhos que são colocados num forno existente no edifício do moinho. Após a sua cozedura são comidos no meio de um ambiente de festim que só a genuinidade – das crianças e do pão natural – pode originar. Este moinho pertence à Câmara de Cascais e o Dr. António Paraíso é a sua alma. É pena que com a documentação existente em sua posse ele ainda não tenha tido oportunidade de editar um livro preservando toda a história da sua recuperação, todos os conhecimentos tanto dele como do último moleiro que neste moinho trabalhou e que o vendeu à autarquia.
As imagens anexas mostram:
1 - uma vista geral exterior do moinho
2 - algumas das rodas metálicas das transmissões existentes no 'inferno', isto é, por baixo do piso onde se encontram as mós
3 - uma vista geral interior
4 - o sistema de maogem em funcionamento
5 - a máquina para limpeza de cereal que aqui chamam de senselardor, noutros lugares chamam aviadouro
6 - os três tipos de cereal aqui moídos, embora neste momento as mós, que são duas como se pode ver em 3, estejam ocupadas pelo trigo - a da esquerda - e pelo milho - a da direita.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A Guerra Peninsular - Torres Vedras - 16/17.05.08

Embora não sejamos de Torres Vedras esta cidade não deixa de nos cativar por diversos motivos. Um deles é um Encontro patrocinado pela Autarquia que se vem realizando há onze anos sob diversos temas. Embora tenhamos tido contacto com eles através das suas Actas este foi o primeiro anos em que assistimos à sua realização durante os dois dias em que se falou sobre a Guerra Peninsular. No próximo ano, e na sua sequência, o tema será As Linhas de Torres. Achámos muito interessantes as comunicações porque versaram sobre temas que não é frequente ouvir; os estudiosos do tema que estiveram presentes – um francês, um polaco, dois espanhóis e vários portugueses – conseguiram cativar a assistência não só pelos seus temas mas também pela forma como os apresentaram. Mas os temas eram muito curiosos e ajudaram os presentes a completar as ideias já existentes sobre esse período. Assim, alguns dos temas incidiram sobre o papel da Maçonaria na preparação e durante as Invasões Francesas, como chegaram (não chegaram ou eram deturpadas) a Madrid as notícias sobre a situação política e militar em Portugal, qual o papel dos esquadrões polacos ao serviço de Napoleão nas invasões, qual o papel a Marinha Portuguesa durante o conflito, qual o armamento ligeiro em confronto, o papel do caíque de Olhão que foi levar novas à Corte que fugira para o Brasil etc., etc.
Ainda bem que haverá mais Encontros destes porque a Cultura e os conhecimentos só fazem bem às pessoas, quer os estudem, quer com eles contactem! Nas imagens anexas podem ver-se o rosto do Programa, duas imagens com alguns dos intervenientes e outra, a última, com a presença do sr.Presidente da Câmara no acto de encerramento deste Encontro, o XI.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Torres Vedras - Feira Rural de Maio/2008

Mais uma vez se organizou a Feira Rural em Torres Vedras e, como não podia deixar de ser, não pudemos faltar. Um pouco mais ampla que na última edição, com algumas bancadas apresentando produtos de fora do concelho de Torres Vedras: referimo-nos aos vinhos do Sanguinhal que, como é hábito, são muito bons. Mais uma vez esteve assegurada a boa disposição com a presença de uma ‘bandinha’ de uns 6 ou 7 elementos que, além de tocarem bem e peças populares, ainda conseguiam dar um ar de alegria já que se distinguiam por cada elemento ter a cabeça coberta com algo diferente dos outros. E também são vendidos uns licores que ... bem, só provados!!!

C.S.Amaro de Oeiras + Singkreis Seltenheim 10/05

Já que se falou no Coro de Santo Amaro de Oeiras queremos deixar aqui expresso o quanto nos agradou assistir a um concerto em que este Coro esteve presente a convite do Coro Singkreis Seltenheim-Klagenfurt da Áustria. O Coro austríaco veio passar uns dias a Portugal e convidou o CSAO para um concerto no Auditório Eunice Munoz. Foi muito interessante, até porque nenhum dos coros fazia ideia do que o outro conseguia. E foi uma surpresa para ambos, tanto mais que o Coro austríaco já viajara por todo o mundo: Américas, Ásia, Oceania, África e Europa, claro. Bem ao contrário do português que foi uma única vez ao estrangeiro, a França. Como curiosidade registamos que o coro austríaco tem, por vezes, dois maestros: um homem que por vezes faz solos e uma senhora que o substitui quando isso acontece. Este concerto foi um exemplo do muito, e bom, que temos e se faz em Portugal e não damos a conhecer aos outros povos. No final dele, e em conjunto, foi executada a ‘Ode à Alegria’ da 9ª Sinfonia de Beethoven.

Os Corvos - 2007

Há largos meses atrás tivemos a oportunidade de ouvir ‘Os Corvos’ interpretando algumas peças clássicas e outras mais modernas juntamente com o Coro de Santo Amaro de Oeiras que, infelizmente, já não se ouve com tanta frequência. Um dos elementos de ‘Os Corvos’ fora recentemente recrutado pois um dos originais sofrera um acidente que, mais uma vez, vem mostrar o quão inconscientemente se conduz no nosso país, o ‘quão profundo’ é o conhecimento de quem anda com um veículo nas mãos. Bem. Quanto a ‘Os Corvos’ aqui ficam umas imagens ‘tratadas’ desse espectáculo, onde o negro das suas vestes e da sua caracterização fica bem acompanhado pelo negro das fotos.

CASTRO LABOREIRO - 25/04/2008

Há alguns anos que não íamos a Castro Laboreiro e quando o fizéramos foi sempre partindo de Melgaço. Desta vez variámos: passámos por Arcos de Valdevez, pernoitámos na Peneda, num muito agradável hotel junto ao Santuário da Senhora da Peneda; no dia seguinte partimos para C.Laboreiro onde fizemos um belíssimo passeio sob a direcção da Ecotura. Não esquecer que visitámos em Melgaço, onde também almoçámos, a 'Feira do Alvarinho e do Fumeiro'. Imperdível. Como hoje se costuma dizer. A tarde do 1º dia em C.Laboreiro foi dedicada a conhecer alguns aspectos curiosos e bonitos dos seus arredores, como uma ponte medieval, a sua flora e as dificuldades do terreno que nos esperavam nos dias seguintes. Vimos paisagens muito bonitas, em que o rio Laboreiro se destacava, com as suas pontes e os seus moinhos de água. No segundo dia atravessámos o planalto na direcção de Espanha na procura de lobos, cavalos selvagens – os célebres garranos -, bovinos semi-selvagens, raposas e outros animais que se nos atravessassem no caminho. Nem lobos nem raposas vimos, nem de longe nem de perto. Na verdade não íamos com esperança de que isso acontecesse. Vimos com muita frequência as suas marcas, por sinal muito recentes, de horas atrás. Mas apenas isso. Passámos perto do vale onde normalmente vivem e, por isso, cremos que eles, sim, nos viram. Mas éramos muitos, embora quase não falássemos para manter uma certa paz no lugar. Ficámos em Espanha num albergue, antigo quartel da Guarda Civil, por sinal gerido por um casal português, que nos serviu dois pratos de javali muito bons. Fora outras coisas. Dormimos nuns quartos muito agradáveis e a noite foi muito curta. No dia seguinte regressámos através do planalto mas por outro lado, dando-lhe a volta, visitando algumas mamoas que se encontram nas suas terras – são cerca de 60 – e vimos uma anta que estava descoberta. Passámos por uma turfeira com as suas plantas insectívoras, continuámos a ver os cavalos e os bovinos e acabámos o nosso passeio numa aldeia que possui 4 moinhos de água, um dos quais está recuperado mas cujo dono o mantém encerrado porque há muita gente que não merece ver o que há nas nossas terras. E por uns pagam outros. Tudo aquilo é muito bonito, todos estes pormenores merecem ser desfrutados. Mas o que realmente impressiona é a grandeza da natureza, os seus imensos panoramas – serras, vales, pedras, água por toda a parte – que não adivinhamos quando estamos naquela aldeia tão bonita. Prometemo-nos lá voltar em breve para fazer um novo passeio com a Ecotura, empresa pertencente a uma casal que se dedica a este tipo de eventos e a estudar o lobo, sem o molestar e tentando que as pessoas o conheçam e compreendam melhor.

TORREIRA - 16/02/2008

Torreira: uma terra que há muito não visitávamos. Fomos lá a primeira vez propositadamente para ver os seus barcos tão característicos e uma outra vez para um casamento. Já não nos lembrávamos dela. Até porque, naturalmente, muito dela foi mudado e acrescentado. Desta vez deixámos os seus barcos particulares e propriedade dos produtores de gado junto à ria e dirigimo-nos para a sua doca onde a maioria desses barcos estão agora ancorados. Como esperava eles continuam bonitos, com as suas pinturas tão típicas, tradicionais, umas ingénuas e outras mais atrevidas, mas sempre reflectindo o que o Povo pensa, as suas ânsias e as suas críticas. Foi muito agradável de ver e foi a preparação para um também agradável almoço junto à praia num restaurante muito justamente aconselhado por um amigo.