MOINHO DE MARÉ (TIDEMILL)
Crê-se terem sido inventados no séc.IX, embora as primeiras referências históricas da sua existência se reportem a Bassorá em 985. Foram inventados na tentativa de captarem novas formas de energia, podendo ser mistos, isto é, funcionar com a água do mar e com a ajuda da água de rios ou ribeiras que desaguam para dentro das caldeiras.
Reza a História que o primeiro a surgir em Portugal apareceu em Castro Marim no ano de 1290.
É um moinho que aproveita a deslocação das águas das marés para que, nas suas enchentes (figura de cima), as águas entrem na caldeira (reservatório tipo lagoa artificial ou já existente mas preparada para essa finalidade) e que fiquem presas para que, na vazante (figura de baixo), sirvam para mover os mecanismos do moinho; era uma adaptação dos moinhos de rodízio, apenas diferindo destes na forma da captação da água e do tempo de actividade que depende da capacidade da caldeira, das alturas das marés e de ser de efeito simples ou duplo: isto é, funcionando tanto na enchente como na vazante.
Pode ser de 2 tipos: de rodízio ou de rodete. É curioso verificar que, ao contrário de Portugal, no estrangeiro usava-se mais a roda vertical, como as das azenhas.
Só existe nas zonas marítimas ou em estuários, locais onde se fazem sentir os efeitos das marés. O reduzido tempo de operação era compensado com o grande volume de água disponível, podendo, assim, mover muitas mós (5 ou mais). O seu funcionamento pode dividir-se em 3 momentos ou fases:
a) quando a maré está a encher (enchente) os mecanismos estão parados e a água entra na caldeira através da comporta (atoche) automática ou, por vezes, manual;
b) manualmente, ou pelo peso da própria água, a comporta é fechada quando a força da maré deixa de se manifestar, ficando assim retida a água na caldeira aguardando uma decisão do moleiro que verá quando a vazante estiver favorável à laboração dos rodízios;
c) quando a água se começa a lançar no rodízio este começa a girar fazendo rodar as mós que se encontram no piso de cima – fase da produção. Quando a água deixa de ter força para este movimento os mecanismos param e aguarda-se nova enchente. O tempo de laboração era de 2 a 4 horas seguidas, já que dependem das marés que têm diversas alturas.
Muitas vezes, devido ao lugar em que estão edificados, os moinhos estavam equipados com cais que lhes permitia receber o cereal transportado por barcos. Por vezes o cereal chegava molhado ao moinho pelo que este possuía espaços adequados, em geral no 2º piso, para a sua secagem.
Nunca se encontram em locais batidos pelo mar mas em zonas calmas como esteiros ou sapais.
Garantem um funcionamento regular já que não dependem das irregularidades dos ventos nem das secas ou cheias dos cursos de água. Historicamente considerados produtores de riqueza eram quase exclusivamente propriedade das classes abastadas (rei, aristocracia, ordens religiosas e grandes proprietários), até porque a sua construção era bastante dispendiosa e não era qualquer pessoa que o podia fazer. As suas contruções possuíam quase sempre dependências para o moleiro e sua família e celeiro e, como atrás se disse, local de secagem.
Na região de Lisboa encontram-se três em muito boas condições: em Corroios, no Montijo (o moinho do Cais) e perto de Setúbal (o moinho da Mourisca).
Crê-se terem sido inventados no séc.IX, embora as primeiras referências históricas da sua existência se reportem a Bassorá em 985. Foram inventados na tentativa de captarem novas formas de energia, podendo ser mistos, isto é, funcionar com a água do mar e com a ajuda da água de rios ou ribeiras que desaguam para dentro das caldeiras.
Reza a História que o primeiro a surgir em Portugal apareceu em Castro Marim no ano de 1290.
É um moinho que aproveita a deslocação das águas das marés para que, nas suas enchentes (figura de cima), as águas entrem na caldeira (reservatório tipo lagoa artificial ou já existente mas preparada para essa finalidade) e que fiquem presas para que, na vazante (figura de baixo), sirvam para mover os mecanismos do moinho; era uma adaptação dos moinhos de rodízio, apenas diferindo destes na forma da captação da água e do tempo de actividade que depende da capacidade da caldeira, das alturas das marés e de ser de efeito simples ou duplo: isto é, funcionando tanto na enchente como na vazante.
Pode ser de 2 tipos: de rodízio ou de rodete. É curioso verificar que, ao contrário de Portugal, no estrangeiro usava-se mais a roda vertical, como as das azenhas.
Só existe nas zonas marítimas ou em estuários, locais onde se fazem sentir os efeitos das marés. O reduzido tempo de operação era compensado com o grande volume de água disponível, podendo, assim, mover muitas mós (5 ou mais). O seu funcionamento pode dividir-se em 3 momentos ou fases:
a) quando a maré está a encher (enchente) os mecanismos estão parados e a água entra na caldeira através da comporta (atoche) automática ou, por vezes, manual;
b) manualmente, ou pelo peso da própria água, a comporta é fechada quando a força da maré deixa de se manifestar, ficando assim retida a água na caldeira aguardando uma decisão do moleiro que verá quando a vazante estiver favorável à laboração dos rodízios;
c) quando a água se começa a lançar no rodízio este começa a girar fazendo rodar as mós que se encontram no piso de cima – fase da produção. Quando a água deixa de ter força para este movimento os mecanismos param e aguarda-se nova enchente. O tempo de laboração era de 2 a 4 horas seguidas, já que dependem das marés que têm diversas alturas.
Muitas vezes, devido ao lugar em que estão edificados, os moinhos estavam equipados com cais que lhes permitia receber o cereal transportado por barcos. Por vezes o cereal chegava molhado ao moinho pelo que este possuía espaços adequados, em geral no 2º piso, para a sua secagem.
Nunca se encontram em locais batidos pelo mar mas em zonas calmas como esteiros ou sapais.
Garantem um funcionamento regular já que não dependem das irregularidades dos ventos nem das secas ou cheias dos cursos de água. Historicamente considerados produtores de riqueza eram quase exclusivamente propriedade das classes abastadas (rei, aristocracia, ordens religiosas e grandes proprietários), até porque a sua construção era bastante dispendiosa e não era qualquer pessoa que o podia fazer. As suas contruções possuíam quase sempre dependências para o moleiro e sua família e celeiro e, como atrás se disse, local de secagem.
Na região de Lisboa encontram-se três em muito boas condições: em Corroios, no Montijo (o moinho do Cais) e perto de Setúbal (o moinho da Mourisca).
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