Há uns dias atrás, ainda não tinha chegado a tão desejada chuva – terá vindo para ficar algum tempo? – fomos com um amigo visitar uma aldeia chamada Broas – dizem que medieval, o que não posso certificar embora concorde que é muito antiga – que foi abandonada pelo seus habitantes mas que por vezes tem visitas, umas altruístas – como nós – outras nem tanto. Esta última situação pode-se provar pelos danos causados nas portas e nas janelas pela retirada de algumas pedras que, muito provavelmente, foram colocadas noutras portas e noutras janelas para as ‘embelezar’ e dar um aspecto mais tradicional.
Esta aldeia situa-se entre Odrinhas e Cheleiros, a partir de Almorquim. Tem um belíssima vista sobre o vale do Lizandro e um silêncio e um ar que convidam a voltar. Encontrámos um caçador muito triste por nada ter apanhado mas o meu amigo, à laia de contradição, passados uns minutos ia pisando – literalmente: pisando – um coelho que fugiu assustado e nos pregou um susto por ter aparecido por debaixo dos seus pés sem se ter feito anunciar.
Numa das fotos anexas pode-se ver uma belíssima árvore rodeada, na sua base, por umas grandes pedras que, provavelmente, faziam de banco comunitário, onde, penso, ao fim do dia as pessoas se iam sentar para descansar e conversar um pouco. Noutra delas pode-se ver o que resta de uma antiga adega com a sua prensa e o seu lagar. Noutra ainda pode-se ver a entrada para um curral. Foi um dia bem passado.