quarta-feira, 28 de novembro de 2007

EL PERDIGON - Espanha

Já perto das três da tarde achámos que era mais do que tempo para irmos almoçar. Até porque El Perdigon, a pequena povoação onde nos tinham aconselhado a ir almoçar, distava de Zamora cerca de 11 quilómetros. Disseram-nos que serviam bem e que a povoação tinha como grande curiosidade as suas ‘bodegas’. Ligámos o GPS para sair de Zamora e lá nos dirigimos para El Perdigon. Ao aproximar-nos de El Perdigon ficámos num dilema: seguimos as indicações do GPS ou das indicações rodoviárias? Optámos – até para ver como acabaria o caso – pela primeira hipótese e acabou mal: tivemos de voltar para trás. Já cá em Portugal nos aconteceu algo semelhante: fomos parar a uma estrada sem continuação (mas bem sinalizada). Lição: seguir o GPS enquanto não houver indicações escritas nas estradas. Continuando: a povoação que nos aparecia no GPS como El Perdigon era vizinha, verificando-se que os nomes estavam trocados. Ao chegar à verdadeira El Perdigon procurámos algo parecido com uma ‘bodega’ mas todas as setas nos indicavam portas mais ou menos discretas. Perante isto batemos a uma e alguém nos abriu uma porta que ficava de frente para umas escadas que desciam até quase não se ver. Com uma pequena lâmpada a meio e outra no fundo lá fomos descendo os degraus até ao final dos 12,5 m de profundidade. Felizmente ninguém era claustrofóbico. Após conversa com o dono – homem de poucas palavras mas de boas acções – lá fomos recebendo umas rodelas – poucas – de enchidos. Os nossos amigos espanhóis olhavam para nós como que a perguntar: ‘Teremos sido enganados?’. Mas não: aquilo era apenas para criar alguma expectativa e água na boca. Depois veio uma terrina cheia duma bela salada mista e mais enchidos e um grande chouriço ‘à maneira’. Tudo acompanhado com bom pão e um belo vinho da casa. Quando já quase estávamos cheios veio o prato forte: uma enorme travessa com costeletas de borrego. Maravilha. Lá tivemos de arranjar espaço no estômago para não as deixarmos abandonadas, embora isso não tenha sido totalmente conseguido. Claro que não houve sobremesas. Apenas café. E no fim pagámos 35 € por tudo. Tivemos ainda direito a uma visita guiada a esta ‘bodega’ escavada na rocha, tendo nos dito o dono que toda a aldeia estava sobre este tipo de subterrâneos onde guardavam as suas produções vinícolas que, como prováramos, eram muito agradáveis.
Uma curiosidade: na decoração da ‘bodega’ havia uma gaita-de-foles com as cores portuguesas.
Mais uma bela sugestão que os nossos amigos da quinta nos tinham feito.

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