sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

SANTIAGO DE COMPOSTELA e OURENSE

Em ano de Xacobeu todos nos sentimos um pouco tentados a visitar Santiago de Compostela. Quando no início de Outono de 2009 os nossos filhos decidiram, mais ou menos de repente, fazer o Caminho de Tui a Santiago, combinámos ir buscá-los 5 dias depois a Santiago aproveitanto para rever a cidade, suas igrejas e monumentos, e abraçar e pedir a protecção do Santo. Mas o homem põe e Deus dispõe; e assim três dias depois acabámos por ir só até Pontevedra onde nos encontrámos com nossos peregrinos, exaustos e encharcados, pois o mau estado dos caminhos, grande parte deles alagados, o peso da roupa de inverno e as botas desfeitas, os haviam obrigado a adiar os restantes 50 km para posterior caminhada. Mas a ideia de revisitar Santiago, principalmente nesta época tão especial, levou-nos a voltar no Verão. Assim, numa manhã que mais parecia Outono, chegámos a uma Santiago chuvosa e escura, em que nos sentimos solidários com os pobres peregrinos que chegavam debaixo daquele tempo. No entanto, visitar estes locais de peregrinação em certas épocas não é realmente nada fácil. As filas para entrar na Catedral eram tão compridas e compactas que davam várias voltas e faziam desanimar os mais pacientes, ainda por cima debaixo de chuva miudinha. Assim, após um olhar mais ou menos demorado para a grande e sumptuosa Catedral e um pequeno passeio pelas sempre simpáticas ruelas, decidimos abrigarmo-nos da chuva numa das ‘bodegas’ da zona, à frente dum pratinho de ‘tortilla’, um bom ‘queso’ e umas quantas ‘canhas’, seguidos de uma fatia de tarte de Santiago, para nos lembrarmos onde estávamos; e lá seguimos viagem para Ourense, que ainda não conhecíamos.

A cidade de Ourense fica situada a cerca de 100 km de Santiago no caminho de Madrid, numa região de serranias que abrange todo um vale, e é atravessada pelo nosso bem conhecido rio Minho (Miño). É uma cidade muito simpática, cuja principal característica são as suas termas de águas sulfurosas, quer ao longo das margens do rio, quer mesmo dentro da própria cidade. As nascentes dentro da cidade são aproveitadas para piscinas exteriores muito concorridas e muito aprazíveis, principalmente nos dias quentes de Verão, pois trata-se de uma cidade de interior. O mesmo acontece com as margens do rio, relvadas e com bastantes árvores frondosas, convidando-nos ao descanso e a saborear momentos de paz e traquilidade, ouvindo os murmúrios do rio no seu leito de pedras e os sempre aprazíveis trinados dos pássaros, habitantes inseparáveis destas zonas húmidas.

Desde a simpática sala de visitas, a Plaza Mayor, até à longa Calle do Progreso, com as suas larangeiras e lojas modernas, passando pela velhinha ponte romana – a ponte Maior - e pela moderna ponte do Milenio, tudo nos encantou; mas foi sem dúvida a visita à Catedral que nos encheu as medidas. E, como às vezes há momentos de sorte, este foi um dele: foi-nos dada a conhecer a Catedral em todo o seu esplendor, por lhe terem abertas todas as portas, devido a uma visita especial. Assim, conseguimos ver o fantástico esplendor policromático da entrada principal da Catedral, uma joia que habitualmente está obscurecida pela falta de luz.Tivemos também muito sorte quer com o tempo, que melhorou e se tornou muito quente, quer com o local de alojamento escolhido, um hotel da cadeia Eurostar, localizado fora da cidade, mas no cimo duma pequena serra, com uma vista muito aprazível, uns quartos muito simpáticos e uma piscina muito cobiçada, mas não utilizada porque nos tíinhamos esquecido do fato de banho !!!

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